Subsídio para despedir na Administração Pública

Protesto firme<br>da Frente Comum

Quando propõe sub­sídio de de­sem­prego na Ad­mi­nis­tração Pú­blica, o Go­verno pode estar à pro­cura de uma forma de avançar para des­pe­di­mentos, que a Cons­ti­tuição não per­mite, ad­mitiu Ana Avoila na se­gunda-feira.

Cortar sa­lá­rios e sub­sídio de do­ença é ine­go­ciável

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Ao fim da manhã, de­pois de uma reu­nião de duas horas entre re­pre­sen­tantes da Frente Comum de Sin­di­catos e o se­cre­tário de Es­tado da Ad­mi­nis­tração Pú­blica, a co­or­de­na­dora da es­tru­tura mais re­pre­sen­ta­tiva dos tra­ba­lha­dores deste sector disse aos jor­na­listas que, a co­berto da «con­ver­gência» com as normas la­bo­rais das em­presas pri­vadas, a ideia de criar sub­sídio de de­sem­prego para os fun­ci­o­ná­rios pú­blicos «é uma coisa muito pe­ri­gosa».

A pro­posta «é para des­pedir», afirmou Ana Avoila, ci­tada pela agência Lusa.

Na reu­nião, Hélder Ro­sa­lino apre­sentou as pre­ten­sões do Go­verno para 2013, de­se­nhando um quadro que «é muito pre­o­cu­pante e, de certa forma, vai ao en­contro do re­la­tório do FMI en­co­men­dado pelo Exe­cu­tivo». Ana Avoila disse ainda que, para a con­ver­gência dos re­gimes de pro­tecção so­cial, o Go­verno pre­tende a re­dução do pa­ga­mento por do­ença.

A Frente Comum não deu o seu acordo, por outro lado, ao pro­jecto de «sis­te­ma­ti­zação da le­gis­lação la­boral». A di­ri­gente re­cordou que houve uma grande re­forma da le­gis­lação la­boral, em 2008, e o Go­verno quer agora pi­orar ainda mais a si­tu­ação dos tra­ba­lha­dores.

«Não ne­go­ci­amos qual­quer tipo de pro­jectos e de me­didas para re­tirar di­reitos aos tra­ba­lha­dores e não vamos ne­go­ciar, porque há coisas ine­go­ciá­veis, como cortar sa­lá­rios ou re­duzir sub­sí­dios por do­ença», su­bli­nhou Ana Avoila.

O con­teúdo da reu­nião foi ex­posto aos di­ri­gentes e de­le­gados sin­di­cais que, junto à es­tação flu­vial do Ter­reiro do Paço, per­ma­ne­ceram em ple­nário du­rante a reu­nião. Cerca das 12.30 horas, os re­pre­sen­tantes dos tra­ba­lha­dores atra­ves­saram a ave­nida e le­varam o pro­testo até à en­trada do Mi­nis­tério das Fi­nanças e da Ad­mi­nis­tração Pú­blica, cujas portas foram en­cer­radas e cer­cadas por um cordão po­li­cial, du­rante cerca de 20 mi­nutos.

Na re­cente Ci­meira de Sin­di­catos foi agen­dada uma reu­nião da Co­or­de­na­dora da Frente Comum, para 8 de Fe­ve­reiro, na qual de­verá ser de­ci­dida a re­a­li­zação de uma jor­nada de luta na­ci­onal na pri­meira quin­zena de Março. «É pre­ciso pôr fim a esta po­lí­tica de ter­ro­rismo so­cial contra os tra­ba­lha­dores e de de­sastre na­ci­onal, pra­ti­cada por este Go­verno fora-da-lei», afir­mava-se no do­cu­mento, que con­testou com de­talhe vá­rios pontos do «re­la­tório do FMI», como no­ti­ciámos na se­mana pas­sada.




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